"Cineasta era amigo da coreógrafa que revolucionou a dança contemporânea".
Fonte: oglobo.globo.com
A dança de Pina Bausch, sob o ponto de vista do cinema de Wim Wenders, está finalmente perto de chegar ao Brasil. Depois de fazer sucesso em festivais internacionais, ter um ótimo desempenho de bilheteria na Europa e nos EUA e ainda concorrer ao Oscar de melhor documentário de 2011, o filme “Pina”, do diretor alemão, terá pré-estreias no país já a partir do próximo fim de semana, antes de entrar em circuito comercial, no dia 23 de março. O filme busca levar para a tela a magia do trabalho de Pina Bausch, coreógrafa alemã morta em 2009. Seu grande diferencial para obras semelhantes, e exatamente o que tem encantado as plateias, é o fato de ele ter sido todo rodado e estar sendo exibido em 3D, num projeto único feito por um dos maiores diretores contemporâneos.
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O documentário começou a ser feito antes de Pina morrer, com Wenders acompanhando ensaios e encenações de espetáculos como “A sagração da primavera”, “Café Müller”, “Kontakhof” e “Vollmond”. Com a perda da coreógrafa, o foco mudou. Em vez de falar diretamente sobre ela, “Pina” apresenta seu trabalho, no palco e fora dele, através de depoimentos e, lógico, da dança dos bailarinos de sua companhia.
Segue alguns comentários de profissionais de dança que foram convidados do GLOBO para comentar sobre o filme. Foram eles o diretor artístico do balé do Teatro Municipal, Hélio Bejani, e os coreógrafos Marcia Rubin e João Saldanha. Ao fim da sessão, os três se declararam maravilhados com o que Wenders alcançou com seu documentário.
Outro ponto que impressionou os coreógrafos brasileiros em “Pina” foi a utilização do 3D. A intenção de Wenders foi conseguir transpor para o a tela de cinema a profundidade do palco, aproximando as duas artes. Em entrevistas, o diretor alemão costuma dizer que seu filme não seria possível no passado, antes que a atual tecnologia de três dimensões para o cinema fosse desenvolvida.
— Pina trazia a natureza para a cena do teatro, e o filme devolve isso a ela — diz Marcia. — Pina sempre foi muito sintética, econômica. O filme consegue refletir essas características dela muito bem.
— O 3D dá a impressão de que compramos todos os ingressos da plateia. E que ainda estamos nas coxias, no palco, em todos os lugares — compara Bejani.
— Dança e cinema têm tudo a ver. O 3D passa a sensação de que estamos vendo o artista ao vivo — afirma Saldanha. — Acho que os ultrafanáticos podem ter alguma crítica boba, dizendo que faltou isso ou aquilo. Mas a maior falta mesmo é a que Pina faz ao mundo.
Pina (2011)
Filme franco-alemão dirigido por Wim Wenders.
Gênero: Documentário e Musical
Duração: 106 min.Estreia: 16 de Março de 2012
Com Pina Bausch, Regina Advendo, Marilou Airoudo, Ruth Amarante, Jorge Puerta Armanta, Rainer Behr, Andrey Berezin, Damiano Ottavio Bigi, Ales Cucek, Clémentine Deluy.
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